quinta-feira, 8 de maio de 2014

Conto #3: Nascido para Matar - Parte 1


Ali eu estava, sentado sob uma frondosa árvore em frente ao palácio. Tudo era tão tranquilo que o sono chegava aos poucos. Minha espada repousava ao meu lado, ainda em sua bainha. O sol brilhava fraco, ainda era muito cedo.

Podia ouvir, ao longe, as ovelhas e o gado. Uma leve brisa soprava, trazendo um conforto maior.

Respirei fundo, como desejava ficar ali, sentado, tranquilo a observar o céu. Mas não podia, tinha uma missão a cumprir. Era o melhor nesse ramo, todos conheciam meu nome. Até mesmo os que nunca me viram tremiam quando falavam de mim.

Levantei e espreguicei, apanhei minha espada no chão; era linda, uma espada forjada nas montanhas ao leste, nos pés do Grande Vulcão Trova, sua lamina já cortou muitas cabeças, essa era minha marca: cortar cabeças.

Caminhei em direção ao portão, haviam dois guardas com lanças e, no alto, mais oito arqueiros. A direta, no alto da torre média, havia uma balista, o mesmo valia para a torre da esquerda. Eu não temia essas coisas, além de espadachim, aprendi duas ou três magias de defesa e minha roupa, mesmo sendo de tecido, era mais resistente que armaduras de metal. Fora confeccionada por um velho amigo, Yakron, um dragão do leste.

Parei em frente ao portão, os guardas entraram em posição defensiva:

_Diga seu nome e o que deseja forasteiro – um dos guardas falou, sua voz era alta, queria que os arqueiros ouvissem e ouviram. No mesmo segundo os arcos e as balistas apontaram para onde eu estava.

_Sou – pensei, será que devia falar meu nome? Na certa causaria um caos sem igual. – Moritsugaru.

Pude sentir o medo se espalhando entre os guardas, também falei alto, o bastante para as torres conseguirem ouvir. Sorri por dentro, mas meu rosto se mantinha sério, sereno.

O guarda olhou pra mim, sua voz saiu tão fraca que pude ver o medo:

_O-o que deseja? – ele perguntou, mas a verdade é que não queria saber.

_Tenho que realizar um trabalho em sua cidade, posso entrar livremente ou, posso passar por você. – eu adorava fazer isso.

_Não, não poderá entrar. – o outro guarda falou, sua voz parecia mais confiante do que a do seu companheiro – Sei bem o tipo de trabalho que faz, e daqui só passará se me matar. Já avisamos a guarda real, em instantes estarão aqui para mandá-lo para o inferno.

_Sendo assim – saquei minha espada bem a tempo de cortar um objeto que veio voando em minha direção. Era uma lança disparada por uma balista. A lança partiu ao meio e caiu, cada metade de um lado.

Olhei para a balista, respirei fundo e corri naquela direção. Poucos acreditavam, mas eu podia pular tão alto que parecia magia, mas não era magia, treinei minha força bruta das pernas. Poucos espadachins dão valor a suas pernas. Pulei, não foi alto o bastante para alcançar abertura, finquei minha espada com força na pedra e fiquei pendurado.

Os guardas lá em baixo demoraram para notar para onde fui; sim, sou rápido, fruto do treinamento das pernas. Joguei impulso para o alto, alcancei a borda, girei meu corpo e em um segundo estava dentro da torre. Haviam dois homens ali, ambos encostaram-se na parede tremendo de medo.

Olhei pra eles, aquilo me divertia: eu estava desarmado, e mesmo assim, eles tremiam como lebres encurraladas.

Apanhei uma espada que havia a um canto, na certa era de um deles, saquei e observei a lâmina: uma bela porcaria, diga-se de passagem.

Os dois guardas me olhavam amedrontados:

_Não nos mate – pediu um deles – só sigo ordens.

_Eu também – sorri apontando a espada para eles – só sigo ordens, e as minhas dizem: mate todos.

Os gritos foram rápidos, afinal, homens sem cabeça não gritam.

Já que estava ali em cima, decidi descer por dentro da torre para dentro do reino, mais fácil do que abrir o portão. Porém, precisava pegar minha espada antes. Desci a escada encaracolada e vi a ponta da espada por atravessando a parede.

Eu não sou lá bom com magias, muito menos de ataque. Mas tem uma que posso lançar uma ou duas vezes por dia que sempre me é útil.

Respirei fundo, juntei minhas mãos, uma luz azulada apareceu cobrindo as palmas e, no instante seguinte disparei uma esfera luminosa naquela direção. A parede quebrou, saltei e apanhei a espada antes que caísse.

_Que bosta – falava da minha magia – tão fraca – meu mentor era bom, esta mesma magia quando lançada por ele, podia atingir um raio de 100 metros, já a minha, não passava de meros centímetros.

Desci os degraus correndo, abri vagarosamente a porta para fora, observei atento, os guardas corriam e se organizavam. Como eram lentos.

Saí e caminhei lentamente em direção ao palácio, precisava me esconder, mas ali era difícil. Parei sob uma árvore e invoquei outra magia. Uma luz apareceu sob meus pés, e em um segundo sumiu. Agora meu corpo estava revestido com uma armadura mágica.

Mas, ainda tinha o problema de não ser visto. O exército começou a se juntar e se deslocar. Observei o cenário. Faria o que fui contratado para fazer: matar a todos.

Corri em direção ao pelotão mais próximo e pulei no centro deles, saquei minha espada e antes que alguém pudesse reagir girei sob meu pé com e espada em punho, cortando os que estavam ao alcance. Sem tempo para parar e recobrar o equilíbrio, pulei e na queda, direcionei minha espada para alguns pescoços separando cabeças e corpos.

Abaixei para evitar uma espada, mesmo estando com a armadura mágica e a vestimenta, prefiro não receber golpes, eles ainda podem doer muito.

Direcionei minha espada para cima arrancando o braço do meu atacante, não tive tempo para pensar no próximo ataque, apenas defendi uma espada usando meu braço e decapitei mais um.

Ao fundo, pude ouvir gritaria, mas quando entro numa luta, meu foco é a luta. Todo o resto parece se distanciar.

Vi flechas vindo do alto, era hora de usar a outra magia de defesa que aprendi: parei, os soldados ergueram seus escudos para se defenderem enquanto se afastavam. Muitas flechas vinham, eu tinha uma média de 20 segundos para realizar a magia. Coloquei a ponta da espada para baixo, curvei sobre o joelho direito e num movimento rápido, direcionei a espada para cima. Um forte vento surgiu de minha espada e jogou as flechas para longe. E, uma barreira invisível surgiu naquela altura. Não me protegeria pelos lados, mas essa barreira de vento fica sobre minha cabeça, o que já era mais que suficiente.

Aproveitei que os guardas estavam se defendendo da revoada de flechas e, que os arqueiros, de tantas flechas que lançaram, eram incapazes de ver com clareza onde eu estava, abaixei-me e, mesmo agachado me movi rapidamente entre os soldados cortando suas cabeças fora. Me movi em direção ao palácio, tudo seria fácil quando matasse o rei.
Desculpem o atraso, não foi possível postar na quarta-feira porque tive alguns problemas com meu computador. Mas aí está, mais um conto para vocês. Em breve poderão ler a segunda parte.

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